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Que BELO texto! E lindo relato da corrida. Obrigada por compartilhar!

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Paula, que lindo! Me emocionei aqui 💛

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Eu sinto falta de fazer uma atividade física que me faz sentir bem. Qualquer atividade física tem benefícios a médio e longo prazo para a saúde (e qualquer atividade física é melhor que o meu sedentarismo atual), mas eu lembro dos meus dias de academia, e era exatamente o oposto de "habitar o meu corpo". Eu colocava um audiolivro e testava a minha habilidade de contar as repetições nos aparelhos enquanto acompanhava a narrativa, fazendo só observações pontuais sobre aumentar ou diminuir a carga - observações que eu fazia tão distraída que nem sempre eu aplicava no dia seguinte. Recentemente estou sentindo falta de quietude: de momentos pra não preencher todos os silêncios com música, seriado e audiolivros, momentos de não colocar o pensamento no trilho de um livro, e muito menos de um feed de mídias sociais. Só estar presente no meu corpo, e dar pra minha mente tempo de digerir tudo do que ela se alimenta. Não consigo visualizar eu me juntando ao clubinho da corrida, mas se tudo der certo quero voltar a praticar uma arte marcial (o sonho é esgrima, mas eu sou pobre e não tenho ilusões de que vou conseguir pagar pelo equipamento kkk). Você falou que não planejava fazer essa edição tão pessoal, mas ela foi muito linda e humana, a leitura foi praticamente um abraço <3

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Orides Fontela

"Fala"

Tudo

será difícil de dizer:

a palavra real

nunca é suave.

Tudo será duro:

luz impiedosa

excessiva vivência

consciência demais do ser.

Tudo será

capaz de ferir. Será.

agressivamente real.

Tão real que nos despedaça.

Não há piedade nos signos

e nem no amor: o ser

é excessivamente lúcido

e a palavra é densa e nos fere.

(Toda palavra é crueldade)

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Cheguei so final tremendo de alegria, emocionada e aliviada. Espero que a primavera cerque o teu luto e te permita correr livre, do jeito que tu quiser.

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Preciso muito me mexer, to falhando demais, começo, paro, volto, largo, uma tristeza

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não faço metas de leitura para não me angustiar em ver que não as cumpri, mas percebo que isso acontece quando olho a pilha de livros que não diminui... rs

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Murilo Mendes

"Vermeer de delft "

É a manhã no copo:

Tempo de decifrar o mapa

Com seus amarelos e azuis,

De abrir as cortinas - o sol frio nasce

Nos ladrilhos silenciosos -,

De ler uma carta perturbadora

Que veio pela galera da China:

Até que a lição do cravo

Através dos seus cristais

Restitui a inocência.

In: Poesia liberdade. Rio de Janeiro, Agir, 1947.

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