Eu sinto falta de fazer uma atividade física que me faz sentir bem. Qualquer atividade física tem benefícios a médio e longo prazo para a saúde (e qualquer atividade física é melhor que o meu sedentarismo atual), mas eu lembro dos meus dias de academia, e era exatamente o oposto de "habitar o meu corpo". Eu colocava um audiolivro e testava a minha habilidade de contar as repetições nos aparelhos enquanto acompanhava a narrativa, fazendo só observações pontuais sobre aumentar ou diminuir a carga - observações que eu fazia tão distraída que nem sempre eu aplicava no dia seguinte. Recentemente estou sentindo falta de quietude: de momentos pra não preencher todos os silêncios com música, seriado e audiolivros, momentos de não colocar o pensamento no trilho de um livro, e muito menos de um feed de mídias sociais. Só estar presente no meu corpo, e dar pra minha mente tempo de digerir tudo do que ela se alimenta. Não consigo visualizar eu me juntando ao clubinho da corrida, mas se tudo der certo quero voltar a praticar uma arte marcial (o sonho é esgrima, mas eu sou pobre e não tenho ilusões de que vou conseguir pagar pelo equipamento kkk). Você falou que não planejava fazer essa edição tão pessoal, mas ela foi muito linda e humana, a leitura foi praticamente um abraço <3
Cheguei so final tremendo de alegria, emocionada e aliviada. Espero que a primavera cerque o teu luto e te permita correr livre, do jeito que tu quiser.
não faço metas de leitura para não me angustiar em ver que não as cumpri, mas percebo que isso acontece quando olho a pilha de livros que não diminui... rs
Que BELO texto! E lindo relato da corrida. Obrigada por compartilhar!
Paula, que lindo! Me emocionei aqui 💛
Eu sinto falta de fazer uma atividade física que me faz sentir bem. Qualquer atividade física tem benefícios a médio e longo prazo para a saúde (e qualquer atividade física é melhor que o meu sedentarismo atual), mas eu lembro dos meus dias de academia, e era exatamente o oposto de "habitar o meu corpo". Eu colocava um audiolivro e testava a minha habilidade de contar as repetições nos aparelhos enquanto acompanhava a narrativa, fazendo só observações pontuais sobre aumentar ou diminuir a carga - observações que eu fazia tão distraída que nem sempre eu aplicava no dia seguinte. Recentemente estou sentindo falta de quietude: de momentos pra não preencher todos os silêncios com música, seriado e audiolivros, momentos de não colocar o pensamento no trilho de um livro, e muito menos de um feed de mídias sociais. Só estar presente no meu corpo, e dar pra minha mente tempo de digerir tudo do que ela se alimenta. Não consigo visualizar eu me juntando ao clubinho da corrida, mas se tudo der certo quero voltar a praticar uma arte marcial (o sonho é esgrima, mas eu sou pobre e não tenho ilusões de que vou conseguir pagar pelo equipamento kkk). Você falou que não planejava fazer essa edição tão pessoal, mas ela foi muito linda e humana, a leitura foi praticamente um abraço <3
Orides Fontela
"Fala"
Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.
Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.
Tudo será
capaz de ferir. Será.
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.
Não há piedade nos signos
e nem no amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nos fere.
(Toda palavra é crueldade)
Cheguei so final tremendo de alegria, emocionada e aliviada. Espero que a primavera cerque o teu luto e te permita correr livre, do jeito que tu quiser.
Preciso muito me mexer, to falhando demais, começo, paro, volto, largo, uma tristeza
não faço metas de leitura para não me angustiar em ver que não as cumpri, mas percebo que isso acontece quando olho a pilha de livros que não diminui... rs
Murilo Mendes
"Vermeer de delft "
É a manhã no copo:
Tempo de decifrar o mapa
Com seus amarelos e azuis,
De abrir as cortinas - o sol frio nasce
Nos ladrilhos silenciosos -,
De ler uma carta perturbadora
Que veio pela galera da China:
Até que a lição do cravo
Através dos seus cristais
Restitui a inocência.
In: Poesia liberdade. Rio de Janeiro, Agir, 1947.