Olá pessoal!
Em outubro, o mês que não vi passar, não foi possível mandar edições quinzenais da newsletter, então tivemos só uma cartinha eletrônica naquele mês. Espero retomar o ritmo da escrita por agora, aí faltarão, excluindo essa news, 3 edições até o final do ano - !!!! 2021 está no fim !!!!.
Por aqui, tenho novidades:
1. 2022 se aproxima e com ele os envios de cartões final de ano. É uma tradição pessoal que venho expandindo para o projeto Te escrevo cartas. Caso queira participar dessa troca ou apenas receber o seu cartão (tem surpresa junto!), responda a essa newsletter com seus dados de endereço e nome e sobrenome. Se estiver se sentindo nataline, é possível contribuir na minha caixinha através do pix (oi.pmescreve@gmail.com). Os cartões são limitados e os envios serão feitos até a primeira quinzena de dezembro. Corre!
2. Finalmente coloquei um site no ar! Ainda falta bastante para ficar exatamente do jeito que preciso, mas só de já poder ter uma casinha online que não dependa dos algoritmos malucos e capitalísticos do zuquembergue... É uma conquista e tanto! Acesse aqui, navegue e leia o blog. Aguardo os feedbacks. :)
Agora vamos de texto!
Minha pele mudou com a pandemia — para pior, adoeceu — e de acordo com estudos duma empresa de cosméticos internacional, cerca de 30% dos entrevistados experimentou mudanças na saúde da pele, considerando os fatores pandêmicos. Um tuite na timeline hoje disse que as pessoas envelheceram muito nesse um ano e meio de pandemia. Como sair ileso de toda essa doidera? Ainda mais sendo brasileira no Brasil? #questões
A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo, que produz certa de 1260 novas células por dia para cada centímetro quadrado do corpo (gente!). Através dessa gigante, chegam sensações de todos os sentimentos, é ela que nos faz conhecer o mundo. A pele é nossa primeira roupinha, se parar pra pensar. Nosso limite permeável da existência. Protege nosso ‘lado de dentro’ através de múltiplas camadas, delicadas e complexas, que respondem às diferentes condições climáticas e também às diferentes condições psicológicas. Sua anatomia evoluiu ao longo da história da humanidade, trazendo genes que carregam menos pêlos, mais fineza e mais sensibilidade.
Dia desses eu caminhava no calçadão na beira da praia, depois de um longo e tenebroso inverno pandêmico, na tentativa de retomar uma das atividades que mais me deixa satisfeita e feliz comigo mesma. Gosto de caminhar ouvindo música, finjo estar num filme introspectivo e também ajudo a calar os pensamentos insistentes que são cortados pela trilha sonora dos fones de ouvido. Eis que o modo aleatório me surpreende com uma versão ao vivo de Vogue, da Madonna. Sinto uma corrente elétrica percorrer todo meu corpo, já embalado pela brisa agradável do mar. No ritmo gostoso impresso pelas minhas pernas que se lançam ao chão, pelo balançar gracioso dos meus peitos apertados no top, pelos braços que pendulam ao lado do corpo… Me sinto tomada por uma energia que há tempos não encontrava.
Madonna me trouxe uma enxurrada de lembranças, inclusive de coisas que eu nunca tinha pensado na vida, como por exemplo ‘se eu tivesse entendido o que era uma criança queer quando eu era pequena, como teria sido a minha vida em 1995?’ e coisas do tipo. Minha pele respondeu à Madonna com arrepio e esse arrepio chegou até meus neurônios do baú de memórias. E então, nesses 4 minutos e 10 segundos de música, experimentei uma enxurrada de sensações, coroadas por lágrimas de felicidade. Pena que ninguém viu, elas se esconderam atrás dos óculos escuros e da máscara descartável.
Minha pele mudou com a pandemia. Mas ela ainda me faz sentir. Que bom poder relembrar, que bom poder novamente me emocionar… De alegria!
Um abraço e nos vemos na próxima edição,
paulamaria.