Olá! Esse é o primeiro texto dessa newsletter. Faz muito tempo que cultivo a ideia de escrever sem pressa de postar, sem ter o feedback de likes, com a calma de quem escreve cartas. Como qualquer outro tipo de cultivo, levou tempo para que a ideia alcançasse então sua maturidade de seguir o caminho próprio. Decidi juntar a coragem de finalmente enviar essa carta virtual para remetentes conhecidos e desconhecidos, no intuito de me encontrar com vocês em tempos de distâncias e impossibilidades. Talvez seja até essa a motivação para começar, eu precisava começar de algum lugar, de algum jeito, em algum momento. Hoje, cinco de fevereiro de 2021, eu comecei.
Quer dizer, se eu parar para pensar, não foi nesse texto que a ideia de newsletter nasceu. Já faz alguns anos que ensaio isso, já criei textos e não mandei, já abri uma página de inscrição para a news e depois apaguei tudo, já escrevi newsletter com um amigo e paramos (alô Luiz!). Pensando por cinco minutinhos, consigo perceber que o caminho começou lá atrás… Talvez até antes disso tudo que consegui lembrar, já que sempre gostei de escrever e na internet eu já tive muitas casinhas por aí. Desde quando as redes sociais não existiam, na época que achava que ninguém ia ler, mas seguia escrevendo pelo ato simples de fazê-lo, pois ao escrever, eu me tornava mais eu mesma, sabe?
Hoje já não uso tanto as antigas plataformas - embora morra de saudades e ensaie voltar para a blogagem. Pulando de rede em rede, confesso que me acomodei no instagram, a rede que amo odiar (acho que não estou sozinha nessa). Por lá, escrevo com frequência no perfil pessoal e no profissional (qualquer dia desdobro os porquês de ter mais de um @). Nas duas @'s, gosto de compartilhar meus processos, seja através de imagens ou textos, às vezes em vídeos, embroa seja mais difícil. Mesmo com prática e uso diário da rede, levou um tempo para que eu percebesse o meu tom de voz por lá. Acredito faz uns dois anos que eu entendi que escolho postar meus processos porque é nisso que acredito, é como guio o meu trabalho de psicóloga, é como guio minha própria vida: focando no fazer, no infinitivo fazendo. Ao mostrar que estou fazendo, assumo para mim e pra quem me acompanha que tudo pode acontecer e não há maneiras de antecipar todos os resultados possíveis.
Compartilhar logo no primeiro texto da news sobre o processo de chegar até ela é muito importante pra mim. Me comunicar de maneira vulnerável é um dos objetivos que tracei para meu trabalho daqui pra frente, porque é algo que já faço com facilidade no ciclo íntimo de relações, é parte do me que constitui. Durante algusn anos experimentei outros tipos de comunicação, passeando por uma linguagem quase corporativa, sendo outras vezes mais acadêmica, outras informal e superficial demais pro meu gosto. Foi um caminho importante, vejo com orgulho ter me permitido dançar ritmos desconhecidos e hoje já consigo dizer que não quero mais, porque eu sei dançar do meu próprio jeitinho e eu gosto dele.
Espero que este texto te encontre e te abrace. Daqui do meu lugar de vulnerabilidade, me sentindo um tiquinho exposta em praça pública, me sentindo pega falando alto em meio a um silêncio repentino na sala de espera do médico. Por aqui, desejo o encontro e o abraço porque eu tô precisando ser abraçada também!
Nos vemos na próxima edição!
Um beijo,
paulamaria.