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Aline Valek's avatar

Que beleza de texto! Fiquei tão feliz de saber como foi que entrei na sua história, e que essa conexão trouxe tantas outras depois <3 Quanto a questão de envelhecer, sinto que os anos que acumulo são meus grandes aliados. É mais tempo para aprender, para desenvolver minhas habilidades, minha paciência, e poder deixar para trás sentimentos que faziam sentido quando eu era mais jovem, como esse desespero por pertencer, e que hoje já não são minha prioridade :) Vamos juntas, querida. O caminho à nossa frente é longo!

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Luiza Leite Ferreira's avatar

É incrível como somos iguais nessa pressão por sermos ~diferentes, nos destacarmos pra alcançar um ideal de mulher que é completamente fabricado (por homens, sem dúvida). Eu passei a adolescência lendo romances jovens e jovem adulto da Meg Cabot, e embora as personagens conversassem com a minha idade, as minhas questões, a cultura era completamente diferente, assim como a dos filmes que eu assistia. Mesmo quando passei a ler mais mulheres, eram mulheres clássicas e mortas há muito tempo, de contextos ainda mais distantes do meu - Jane Austen, Charlotte e Emily Brontë.

A mudança veio quando li Crônica de uma namorada, Zélia Gattai, presente de um namorado que adorava vasculhar sebos. Embora a história se passe nos anos 50, me identifiquei demais com a protagonista de 13 anos, naquele momento crucial onde se deixa a infância e entra na adolescência com a chegada da menstruação, em que o primeiro amor passa a ser mais importante que as brincadeiras de casinha.

Mas isso foi lá nos 18 anos e mesmo depois eu custei a encontrar autoras contemporâneas que falem sobre a minha realidade, a minha vivência. Acho que foi lendo o caderno e as memórias de Tainá e Kênia em Cidades afundam em dias normais que percebi como fez falta (e ainda faz!) ler referências sobre o meu mundo, histórias de mulheres que habitaram e habitam o mesmo tempo que eu. Tenho sede de ler mais e mais mulheres contemporâneas (como você) e me reconhecer nas angústias que nos unem.

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