Caderno de anotações [003]

poesia lusitana em dois tempos

Em 2023, os envios extras e exclusivos eram entrevistas com pessoas escritoras da newslettersfera, no suplemento Caderno de Perguntas, em referência à brincadeira pré-adolescente. Essa nova versão segue uma ideia que tenho desde o começo da graduação em Letras, de dividir meu aprendizado com vocês, trazendo pequenas lições de Português e curiosidades do mundo da literatura, linguística e afins. A edição extra para apoiadores será uma vez por mês e custa apenas R$7 mensais ou com desconto no plano anual. Considere a assinatura paga:

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Este é o trabalho de aproveitamento que apresentei no curso de Literatura Portuguesa I, no curso de Letras na FFLCH, na USP.

O DESCOBRIDOR PORTUGUÊS, ONTEM E HOJE: Luís de Camões e Patrícia Lino, poetas de seus tempos.

capa da edição analisada - fonte: site da autora

No presente trabalho, veremos de maneira sucinta um comentário comparado acerca das obras Os Lusíadas de Luís de Camões e O kit de sobrevivência do descobridor português no mundo anticolonial de Patrícia Lino. O poema épico camoniano data de 1572 e versa, dentre muitos assuntos colaterais, sobre o período de expansão marítima da península ibérica no século XVI. O kit de sobrevivência proposto por Lino é um texto contemporâneo de gênero textual misto, com sua primeira edição publicada em 2020 pelas Edições Macondo. De saída, é válido ressaltar que Patrícia Lino, separada por cinco séculos, é, assim como Luís de Camões, poeta portuguesa.

O confronto entre as duas obras não se dá de maneira anacrônica, o que é importante ressaltar. Camões era um homem de seu tempo e as condições sócio-históricas da obra são importantíssimas chaves de leitura, como pudemos observar durante as aulas. Trazer uma obra contemporânea em comparação com este clássico significa, à luz de nossos tempos, compreender como a literatura pode e deve renovar imagens do imaginário social e registrar as características de uma época. Faz-se imperativo no século XXI, analisar e discutir as heranças e espólios colonialistas, tanto para os europeus quanto para as ex-colônias.